Pequeno comentário sobre significado de Sociologia
Em uma linguagem bem simples, podemos dizer que Sociologia, é parte das ciências humanas, que tem por objetos de estudos a sociedade, sua organização, os indivíduos, enfim tudo que se relaciona a sociedade e sua cultura.
Surgiu em meados dos século XVIII, na Europa, em uma época difícil, período das Revoluções Industrial e Revolução Francesa. Surge exatamente para compreender essas novas formas de sociedades, suas estruturas e organizações. O termo Sociologia foi criado por Auguste Comte. Grandes expoentes da Sociologia: Émile Durkeim, Karl Marx, Max Weber, Herbert Spencer e outros.
Palavras usadas em nosso cotidiano, relacionadas a Sociologia: Classe social, revolução, cultura, estrutura social, grupo, raça, sindicalismo, trabalho, solidariedade, positivismo, simulação , consumismo e muitas outras.
Importância de sociologia para jovens Ensino Médio.
Alguns comentários de Professores sobre a importância da Sociologia para jovens.
Professores que ministram aulas de Sociologia no EM assim definiram os lugares dessa ciência na formação dos estudantes: “despertar os alunos para o seu papel de indivíduos cidadãos, buscando despertar neles uma visão crítica da sociedade, partindo da sua realidade” (Rose); “levar os alunos a uma reflexão e compreensão da sociedade em que estão inseridos; formar cidadãos conscientes; problematizar questões cotidianas; oportunizar espaços de discussão” (Vera).<www.anped.org.br/reunioes/26/.../kellycristinecorreadasilva.rtf>
acessado dia 08/12/2011
Quarta, 10 de janeiro de 2007, 07h52
Afrodescendente, o neonegro
Antonio Risério
Não existem mais pretos no Brasil. Agora, são todos "afrodescendentes". Aliás, houve um momento em que a palavra "preto", sabe-se lá por quê, foi considerada pejorativa. Ninguém era, ou melhor, ninguém queria ser "preto". Todo mundo era ou queria ser "negro". Curiosamente, o que acontecia nos Estados Unidos era justamente o contrário. A expressão "negro" é que era denunciada, atacada como racista. Nos EUA, ninguém queria ser "negro". Eram todos "pretos". Black. Não havia um "poder negro", mas um "poder preto", black power. E o marketing da auto-estima negra fazia circular, com sucesso extraordinário, o slogan "black is beautiful" - 'preto é bonito'.
Em termos lógicos, a frase deveria ser considerada racista, do ponto de vista de nossos movimentos negros, durante as décadas de 70 e 80 do século passado... Mas isso ficou para trás. Nossos ideólogos racialistas simplesmente arquivaram os vocábulos "preto" e "negro". O que passou a existir, de uns tempos para cá, foi uma nova categoria. Uma espécie de neonegro - o afrodescendente. Mas o que é mesmo que isso significa? Vamos por partes, como diria Jack, o estripador.
O sintagma "afrodescendente" é uma das fórmulas verbais mais repetidas (e mais lustrosas) do atual léxico ativista que grupos negromestiços brasileiros importaram dos EUA nesses últimos anos. Fórmula, sim. E adotada pelo poder, por nossos governantes, por tudo quanto é político que, pouco importa se de "direita" ou de "esquerda", anda sempre à cata de votos, de aprovação, de ser considerado "progressista" (outra fórmula que faz muito pouco sentido, remetendo, na verdade, às perspectivas e esperanças da Revolução Industrial, que colocou o "progresso" como objetivo supremo da humanidade), de obter alguma espécie de aval ou beneplácito social. Mas, se a fórmula "afrodescendente" pode ser perfeita com relação à situação norte-americana, seu foco, certamente, não incide sobre nós.
"Os primeiros intelectuais que elaboraram a diferenciação dos brasileiros por categoria étnica ou religiosa foram os nazistas. O movimento nazista não empolgou a grande maioria dos brasileiros descendentes de alemães, mas também está longe de ter sido uma minoria completamente irrelevante. De acordo com o discurso nazista, não haveria povo brasileiro. 'Não havia, nunca existiram brasileiros, salvo os indígenas. Havia os luso-brasileiros, os sírio-brasileiros, os franco-brasileiros, os afro-brasileiros e etc.' Em 1937, reuniu-se o Terceiro Congresso do Círculo Teuto-Brasileiro... Suas posições intelectuais apontavam para a formação de uma consciência étnica que se manifestasse em uma comunidade distinta e separada enquanto teuto-brasileira... 'Como no Brasil a etnia lusitana é a portadora da cultura oficial, da língua oficial e do poder político, entende-se hoje no Brasil por nacionalidade o reconhecimento da chefia política dos lusos... Nós não reconhecemos a etnia lusitana como representante exclusiva do nacionalismo brasileiro... Com isso nós nos tornamos uma minoria étnica e criamos uma situação semelhante à dos alemães dos sudetos'. O teuto-brasileirismo era interpretado como 'o gérmen do retalhamento do Brasil, com o nazismo no momento, ou com outro nome qualquer futuramente'".
Meus amigos dos movimentos negros (no plural, sempre) que me desculpem: o parentesco é desconfortável, mas é real. Começa com o nazismo esse tipo de leitura que aponta para a divisão étnica ou racial do país. E o parentesco, além de desconfortável, nada tem de superficial ou distante. Pelo contrário: é íntimo e profundo.
Mas vamos adiante. Modismo terminológico à parte, o que o conceito de "afrodescendente" tem a ver com a condição, a circunstância e o momento do negromestiço brasileiro hoje?
É mais do que evidente que milhões de brasileiros possuem ascendência africana, embora raríssimos tenham alguma idéia da parte e do povo da África aos quais suas origens poderiam ser eventualmente retraçadas. Mas o conceito de "afrodescendente" não se refere a esta realidade óbvia e geral. Ao contrário, comprime e estreita o horizonte, afunilando-o numa direção precisa. Quando um indivíduo nascido no Brasil se define como "afrodescendente", ele, desde que saiba do que está falando (o que nem sempre acontece, mesmo no meio universitário e independentemente de cor, classe, credo e preferências sexuais), nos diz o seguinte: que se vê, se sente e se percebe, em primeiro lugar, como um descendente de africanos. E só então, secundariamente, como brasileiro.
Ao Brasil caberia, nesse quadro, um lugar identitário subordinado. Teríamos, assim, o ser brasileiro como complemento ou apêndice do ser africano - e de um ser africano mítico, não é preciso dizer. Bem, é possível que o tal indivíduo acredite piamente no que diz. Afinal, é a ideologia, não a fé, que move montanhas. Mas é evidente que estamos diante de uma fantasia. Ou será que Geraldo Pereira, Pelé, Marisa Montini, Emanoel Araújo, Martinho da Vila, Romário, Camila Pitanga, Lázaro Ramos e Tati Quebra-Barraco se achavam ou se acham principalmente africanos - e só secundariamente brasileiros?
acessado dia 08/12/2011